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O REALISMO NO CINEMA CONTEMPORÂNEO

AULA 02 – A OBSESSÃO PELO VEROSSÍMIL

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12 comentários em “AULA 02 – A OBSESSÃO PELO VEROSSÍMIL”

  1. é possível que essa ideia do verossímil ter se tornado o padrão ocidental em filmes de diversos gêneros por conta da indústria cinematográfica estar muito mais preocupada em vender um produto que siga a determinados parâmetros para ser vendido do que com o seu caráter artístico?

    1. Com certeza é um reflexo disso. Os filmes menos realistas são populares em outros lugares porque, da mesma forma, vendem muito bem naqueles lugares. Mas eu acho que é possível subverter isso e ainda ter um apelo comercial. Os filmes da Blumhouse, que vou comentar um pouco na aula 03, são um bom exemplo.

  2. Concordo com você, percebo essa necessidade que tudo seja como na vida real, senão o filme é considerado ruim. Comecei a observar isso em grupos do facebook de alguma série ou filme de sucesso e os comentários são esses mesmo, pessoas se queixando que era tudo muito irreal, são capazes de buscar a “realidade” numa série como Game of Thrones, que é uma fantasia clara. Raramente vejo alguém com sensibilidade para entender ou lembrar que o cinema é algo criado, é para passar uma idéia e não a ralidade.

    1. Eu acho que a popularidade de algumas séries até piorou um pouco tudo isso. Como são trabalhos que tentam fisgar o espectador de modo mais rápido, tendem a buscar por apelos que mais estão em voga. E aí se aproveitam muito dessa tendência.

  3. Ótima aula, Arthur! Essa questão da espiritualidade Tarkovski já pontuava em seu livro:

    ” A situação é ainda pior nas artes visuais, que hoje estão quase inteiramente privadas de espiritualidade. A opinião corrente é a de que está situação reflete a “despiritualização” da sociedade moderna, um diagnóstico com o qual, a nível de simples constatação da tragédia, concordo plenamente: trata-se mesmo de um reflexo da atual situação. A arte, porém, não deve apenas refletir, mas também transcender; seu papel e fazer com que a visão espiritual influencie a realidade, como fez Dostoievski, o primeiro a expressar de forma inspirada o mal de época”.

    Daí a gente percebe como essa despiritualização já vem acontecendo a algum tempo…

    1. Com certeza! As reflexões dele são ótimas nesse sentido. E ainda consegue lidar com isso de modo muito profundo nos próprios filmes!

  4. Estou começando a entender melhor a linguagem do cinema e porque a maioria dos filmes e das séries hoje em dia estão cada vez mais parecidos. Mas tenho uma pergunta: como achar um equilíbrio entre a verossimilhança e o exagerado sem deixar a experiência abstrata demais para quem está assistindo? Sinto que algumas produções coreanas conseguem fazer isso, com personagens identificáveis mesmo com atuações mais caricatas e exageradas (bem diferente do que é de costume no cinema ocidental), mas como não conheço muito ainda sobre cinema, não sei como isso pode funcionar.

    1. Eu acho que isso vai do estilo de cada diretor. Eu percebo que algumas produções coreanas de fato possuem esse exagero ou possuem uma relação muito intensa com o cinema de gênero, porém estão sempre muito preocupadas em evidenciar aspectos dramáticos dos personagens. O próprio PARASITA pode ser um bom exemplo. Apesar de ser um filme com acontecimentos meio absurdos, ele sempre mostra o drama dos personagens com uma sutileza bem interessante, até mesmo uma melancolia bem característica.

  5. Muito legal ouvir esse ponto … tapa na minha cara inclusive, sobre julgar sobre certas realidades impostas nos filmes que andam saindo, ao invés de simplesmente apreciar e tentar entender o papel que aquilo tem na obra, seja ela qual for.

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